Desde o segundo século d. C, a valeriana tem sido usado para aliviar a insônia, ansiedade e inquietação nervosa. Essa planta tornou-se popular na Europa no século XVII, sugerida para tratar cólicas estomacais. Assim, vem sendo usada em diversas formas para tratar muitos tipos de dores e problemas do sistema nervoso.
Os cientistas não têm certeza de como a erva funciona. Entretanto, acreditam que ela aumenta a quantidade de uma substância química chamada ácido gama aminobutírico (GABA) no cérebro. O GABA ajuda a regular as células nervosas e tem um efeito calmante sobre a ansiedade.
Drogas como o alprazolam e o diazepam também atuam aumentando a quantidade de GABA no cérebro. Os pesquisadores afirmam que a valeriana pode ter um efeito semelhante à essas medicações, mas um tanto mais fraco.
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Se você está curioso para descobrir mais efeitos, bem como benefícios dessa planta, continue a leitura até o fim. O Revista Saúde e Bem Estar vai te mostrar tudo o que precisa saber a respeito.

As florzinhas pequenas são a característica marcante da planta (Imagem: Reprodução/Freepik)
O que é valeriana?
A valeriana (Valeriana officinalis L.), da família das Valerianáceas, é uma planta herbácea e rústica. Ela atinge cerca de 1 metro de altura, produzindo inflorescências compostas por pequenas flores muito perfumadas e brancas, roxas claras, mas, por vezes, rajadas de cor de rosa.
Essa planta também é conhecida como a erva-dos-gatos, sendo bastante usada como um medicamento fitoterápico. Ela é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) pelos seus inúmeros benefícios para o organismo. Afinal, faz todo o sentido a sua nomenclatura científica ser derivada do termo latim valere, significando “ter saúde”.
Qual o benefício?
Os compostos presentes na planta afetam os receptores cerebrais de uma substância química dos nervos (neurotransmissor) chamada de ácido gama-aminobutírico, ou GABA. É por meio dessa interação que a valeriana promove o sono e alivia a ansiedade.
Ao contrário dos benzodiazepínicos – fármacos, como o diazepam ou o alprazolam, comumente prescritos para o tratamento desses distúrbios –, a erva não causa dependência. Também não faz se sentir como se estivesse drogado.
Ao invés de induzir diretamente o sono, ela relaxa o corpo e a mente, de modo que a sonolência possa ocorrer de forma natural. Um dos benefícios para quem sofre de insônia é o fato de que, quando tomada nas doses recomendadas, como resultado, não causa efeitos colaterais no dia seguinte.

Quem tem problemas de insônia pode tomar a valeriana aproximadamente 30 minutos antes de dormir (Imagem: Rperodução/Freepik)
Valeriana é bom para quê?
Vários estudos farmacológicos foram feitos sobre os efeitos sedativos da raiz de valeriana, atribuindo-se então resultados tranquilizantes, hipnóticos e antiespasmódicos.
Recomendada o uso da valeriana em casos de:
- Dores de cabeça;
- Insônia;
- Ansiedade;
- Palpitações (quando acompanhada por um especialista);
- Alívio de dores de estômago;
- Alívio de dores menstruais.
Na fitoterapia europeia é muito utilizada como vermífugo, antídoto para venenos, alívio da asma e outras dificuldades respiratórias. Uma infusão de raiz de valeriana e flores de tília é um tratamento caseiro bastante eficaz contra a epilepsia.
Valeriana é bom para dormir?

A raiz é a parte apropriada para fazer a infusão (Imagem: Reprodução/Banca 13)
A valeriana é uma alternativa popular aos medicamentos prescritos para problemas de sono, pois é considerada segura. Alguns estudos mostram que ajuda as pessoas a adormecerem mais rapidamente, bem como a sentirem que têm um sono de melhor qualidade.
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Um dos estudos mais bem planejados descobriu que a planta não foi mais eficaz do que o placebo por 14 dias. Mas, por 28 dias melhorou muito o sono para aqueles que a estavam tomando. Alguns pesquisadores acreditam que é preciso consumir a erva por algumas semanas antes de começar a sentir seus efeitos. No entanto, em outro estudo, a valeriana foi mais eficaz do que o placebo quase imediatamente.
Pesquisas mostram que a valeriana reduz o tempo que se leva para adormecer. Ao contrário de muitos remédios alopáticos, a planta pode ter menos efeitos colaterais, como sonolência matinal. O costume de combinar o chá com outras ervas sedativas, como lúpulo e erva-cidreira, potencializa seus efeitos calmantes.
Como tomar a valeriana para ansiedade
A valeriana, em forma de chá, é uma excelente opção natural para tratar ansiedade, especialmente nos casos mais leves ou moderados. A planta é rica em propriedades sedativas, assim como calmantes, que ajudam a evitar o estresse.
Ela possui substâncias que podem interagir com neurotransmissores sedativos do corpo humano, chamados de GABA. É como reduz os sintomas de estresse e ansiedade, por exemplo. Dessa forma, acaba tendo um efeito semelhante ao de alguns medicamentos usados para tratar de certas doenças, como o alprazolam ou o diazepam.

A tintura de valeriana é o produto mais forte da planta (Imagem: Reprodução/iStock)
Mas, é importante ressaltar que a valeriana não se mostra eficaz no tratamento da ansiedade generalizada. Neste caso, o ideal é procurar um psicólogo para auxiliar no tratamento deste sintoma.
Assim, a infusão da erva se torna mais eficiente para a facilitação do sono, aliviando a tensão física e mental de um dia de trabalho cansativo. Para isso, o ideal é que a bebida seja tomada até 30 minutos antes de dormir a fim de se obter o melhor do efeito calmante.
Qual dosagem é segura?
A valeriana costuma ser padronizada em medicações industrializadas para conter 0,3% a 0,8% de ácido valerênico ou valérico. Mas, os pesquisadores não têm certeza de que esses sejam os ingredientes ativos.
A dosagem segura de crianças maiores de 12 anos e adultos é de até 2 xícaras de chá por dia. Entretanto, tal dose ainda deve ser dividida em 3 vezes ao longo das horas.
Quem não pode tomar valeriana?
O uso de ervas é uma abordagem consagrada pelo tempo para fortalecer o corpo e tratar doenças. No entanto, as ervas podem desencadear efeitos colaterais, interagindo com outras plantas, suplementos ou medicamentos. Por essas razões, você deve consumir produtos fitoterápicos com cuidado, sob a supervisão de um profissional de saúde.
Alguns indivíduos podem ter uma reação paradoxal à valeriana. Eles se sentem ansiosos e inquietos depois de tomá-la, ao invés de ficarem calmos e sonolentos. Para a maioria das pessoas, a planta não parece causar dependência. Assim, também não causa sintomas de abstinência. Contudo, há alguns relatos de sintomas de dependência quando usada por um longo tempo.

O chá de valeriana deve ser tomado apenas duas vezes ao dia (Imagem: Reprodução/Pajaris)
Quem já faz uso dos produtos relativos à valeriana, deve diminuir as doses gradualmente, mas não parar de uma vez. É preciso lembrar também de não usar a erva ao dirigir, operar máquinas pesadas ou fazer outras coisas que exijam estado de alerta. A planta não é recomendada para grávidas, lactantes, indivíduos que têm alergias respiratórias, bem como crianças que são menores de 3 anos.
Quais os efeitos colaterais da valeriana?
Apesar de possuir várias vantagens de consumo, a erva também pode reagir atipicamente no corpo de algumas pessoas, como citamos. Entre os relatos mais comuns de reações adversas, tem-se:
- Distúrbios do coração;
- Excitabilidade;
- Dor de cabeça;
- Hepatotoxicidade;
- Insônia;
- Sonolência matinal;
- Sedação;
- Inquietação;
- Síndrome de abstinência (uso crônico).
Por isso é tão importante consultar um médico a fim de obter mais informações adicionais acerca dos potenciais efeitos colaterais.
Como preparar a valeriana corretamente?
A forma de chá é a mais comum a ser consumida. A bebida é tomada quente ou gelada, ficando ao encargo da preferência pessoal. Entretanto, é importante saber que, quanto mais tempo a raiz fica em contato com a água, mais amargo será o sabor. Então, caso queira tomá-lo gelado, não se esqueça de coar antes do resfriamento.
Por ser um aliado do sono, é aconselhado tomar o chá 30 minutos antes de dormir, já que esse é o tempo necessário para que comece o efeito calmante. Além disso, é recomendo tomar até 2 xícaras por dia, apenas. O consumo em excesso pode resultar em um estímulo oposto ao desejado, causando insônia e agitação.
Para preparar a infusão corretamente, siga os passos indicados a seguir:
Coloque 500 ml de água para ferver em uma panela. Assim que levantar fervura, desligue o fogo, adicionando 1 colher de sopa da raiz de valeriana. Tampe, bem como deixe repousando por 5 minutos. Após esse tempo, coe e beba.

O sabor da planta, mesmo em forma de chá, é bem forte (Imagem: Reprodução/Lucas do Rio Verde)
Valeriana: quando tomar?
Aqueles indivíduos que possuem problemas na qualidade do sono, insônia, bem como outros distúrbios relacionados ao sistema nervoso, devem tomar quando os sintomas estiverem bem incômodos. Recomenda-se a ingestão do chá aproximadamente na hora de dormir, uns 30 minutos antes.
Para tratar dores diversas, especialmente ligadas à menstruação, a dose máxima diária de 2 xícaras devem ser divididas ao longo do dia. A indicação é que se tome enquanto se faz as principais refeições.
Quando valeriana começa a fazer efeito?
A valeriana pode ser tomada em forma de chá ou consumida em cápsulas. No entanto, para tratamentos específicos, as cápsulas são mais seguras. Dessa forma, a pessoa pode ter um controle maior da quantidade que está consumindo.
A quantidade x tempo de efeito pode variar de acordo com a indicação, sendo:
- Para melhorar o sono – Recomenda-se 450 mg uma hora antes de ir para a cama. Assim, os efeitos do tratamento se mostram mais eficazes após a terceira semana de uso;
- Esgotamento mental e falta de concentração – São 100 mg, uma vez ao dia. Os efeitos podem ser sentidos após a primeira semana;
- Redução do estresse – De 300 a 450 mg por dia, divididos em três doses, sempre acompanhada de uma refeição. Os efeitos são notados após a segunda semana de consumo;
- Sintomas da menopausa – São 255 mg três vezes ao dia. Os resultados significativos se mostram por volta de 8 semanas após o início do tratamento;
- Redução das cólicas menstruais – São225 mg três vezes ao dia. A redução na dor se nota a partir no segundo ciclo menstrual.
Quem toma valeriana pode tomar cerveja?
Não é aconselhável misturar a valeriana, seja em forma de chá ou cápsulas, com álcool. Assim, também não é recomendada a mistura com outros medicamentos sedativos e plantas semelhantes sem instrução médica. O efeito pode ser potencializado em demasia e causar sonolência grave, acarretando possíveis acidentes.

Problemas menstruais também podem ser tratados com a erva (Imagem: Reprodução/Alibaba)
Quem amamenta pode tomar?
A valeriana é geralmente considerada segura. A maioria dos estudos não mostra efeitos prejudiciais na fertilidade ou no desenvolvimento fetal. Contudo, por não se saber ao certo as reações de cada organismo, especialistas aconselham que mulheres grávidas, bem como lactantes evitem consumir a planta.
Valeriana pode ser consumido por gatos e cachorros?
A valeriana tem sido objeto de múltiplos estudos. Assim, até o presente momento, não foram observados efeitos tóxicos em humanos ou em animais. Tanto por isso, seu pet, seja ele gato ou cachorro, pode consumir a erva sem problema algum.
Como plantar valeriana?
O ideal é que se plantem as mudas em locais onde o sol bate durante todo o dia, de preferência junto a paredes ou muros. Assim, a planta ficará protegida durante os dias mais frios. Em partes como o norte do Brasil, o cultivo se dará melhor em lugares que deem sombras na parte da tarde.
Algo importante a ser ressaltado quando se cultiva uma planta medicinal é que ela precisa do sol. Só assim ela desenvolverá os elementos fitoterápicos, encontrados em quaisquer partes da erva, sejam raízes ou folhas.
O solo precisa ter um bom teor da matéria orgânica, bem como manter o pH neutro. Em terra de canteiro já resolvida e destorroada, cave até uns 20 cm e adicione composto orgânico. É interessante usar húmus da minhoca em proporção 3:1, misturando bem.
Para se obter efeitos fitoterápicos, não é possível usar adubo químico. No caso de plantações caseiras, entretanto, é possível usar, caso as adições das mudas fizerem parte dos canteiros com hortaliças.
Considerações finais
Como sendo uma planta de grandes interesses para os fitoterápicos, outras maneiras de uso da erva são:
- Tintura – A tintura é um produto que fica relativamente forte, o que, para algumas pessoas, pode causar dor de cabeça;
- Compressas da planta que sobra do processo de maceração – Geralmente são usadas para a diminuição de câimbras;
- Cápsulas – Estas são encontradas no mercado industrializadas e misturadas com outros componentes.
No entanto, especialistas alertam que as vendas da valeriana na forma de comprimidos e cápsulas ocorrem apenas com uma prescrição médica. Isso porque, a junção com outras substâncias pode causar reações adversas. Assim, o chá ou infusão das raízes da valeriana pode ser consumido com maior facilidade e segurança.
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