Covid e Crianças: o que se sabe até agora?

Covid-19 e crianças: o que se sabe até agora sobre o coronavírus?

O SARS-CoV-2 é o novo vírus descoberto na China que tem alta taxa de contaminação. Já o risco de progressão para pneumonia, insuficiência respiratória, coagulopatia e falência de múltiplos órgãos é maior em pacientes de alto risco. Neste grupo estão os idosos e pacientes com comorbidades (obeso, hipertenso, diabético). Inclusive, nestes casos, pode até mesmo levar à morte.

Em crianças esse vírus não vem se manifestando de forma agressiva. Geralmente estas apresentam quadros leves ou mesmo sem sintomas (quadro assintomático). Sendo, portanto, possíveis vetores de infecção para pessoas de risco.

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O covid afeta menos as crianças. Foto: Freepik

Mas, porque a doença ocorre menos em crianças?

Uma das possíveis explicações para a menor incidência desta infecção em crianças se baseia no fato de que, para o vírus sobreviver, se multiplicar e causar a doença, ele necessita obrigatoriamente entrar nas células.

As crianças possuem menor expressão de um receptor chamado de enzima conversora de angiontensina II. Esta é uma espécie de porta de entrada na célula. Acredita-se que, devido a este fato, ocorre maior dificuldade do vírus entrar na célula, e assim, a incidência da doença seja menor em crianças.

Como o índice de infecção é baixa, a taxa de mortalidade também é menor.

Os principais sintomas que crianças com COVID-19 podem apresentar são: febre, tosse seca ou produtiva, dor no corpo, fraqueza, dor de garganta, coriza. As vezes também vômitos e diarreia podem estar presentes. Estes sintomas são os mesmos que a criança pode apresentar em algum quadro gripal, muito frequentes na faixa etária de até 4 anos.

Portanto, devido ao baixo risco de evolução para piora, e até o momento não existir medicações ou vacina específicas, é orientado que a criança seja tratada com medidas de suporte (hidratação, ofertar frutas cítricas ricas em vitamina C. Além disso, é possível fazer a limpeza nasal com soro fisiológico pelo menos 3x ao dia, manter a casa bem arejada e medidas de higiene, além de isolamento social.

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Como proceder no caso de assintomáticos de Covid-19?

No caso de crianças assintomáticas o ideal é sempre cuidar com a prevenção, evitando exposição da criança e intensificando medidas de higiene. Inclusive, conforme o nível de entendimento da criança, vale a pena explicar a importância destas medidas.

Na presença de sinais clínicos de alerta quando a criança está com uma síndrome gripal, como febre persistente (por mais de 72hs), falta de ar, queda do estado geral, recusa do seio materno ou de líquidos, esta deve ser levada ao serviço de saúde para avaliação. Existe a suspeita de que o coronavírus possa evoluir, em raros casos, para uma síndrome inflamatória sistêmica. Este é um quadro clínico semelhante à doença de Kawasaki.

A criança sintomática que teve contato com pessoa que apresentou a doença confirmada pode fazer uso de alguns medicamentos de acordo com idade e peso da criança. Portanto, uma avaliação médica é necessária. Importante manter acompanhamento e observação de novos sintomas. As vacinas devem ser mantidas em dia, se o bebê mama seio materno este é um importante fator de proteção e não deve ser suspenso, mesmo que a mãe apresente sintomas, devendo neste caso ser aumentado cuidados para evitar contágio para o bebê.

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Médica Pediatra - CRM-MT 7085 - RQE 5246 - Formada pela Universidade de Cuiabá- UNIC, especialização em pediatria pelo Hospital Geral Universitário - HGU. Trabalha em Nova Mutum-MT na Clínica AMA.

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