Alimentos Orgânicos – O surto da Covid-19 nos obrigou a abrir mão de muitas coisas importantes durante o isolamento social. Mas comer é uma necessidade básica e comida saudável deveria ser um direito de todos. Embora isso ainda não seja uma realidade, a produção de alimentos não está parada.
Agricultores familiares e pequenos produtores continuam trabalhando para que alimentos saudáveis e sem veneno cheguem até a população. Por isso, no seu município dê preferência aos pequenos produtores, pois são eles que contribuem na economia local.
Procurando ter uma alimentação saudável, muitas vezes ficamos em dúvida na hora da compra. Alimento “Integral”, “Natural”, “Sem Glúten”, “Livre de Transgênicos”, “Sem Gordura Trans”, “Sem Colesterol”…são tantas definições que podem nos confundir.

Alimentos orgânicos podem fazer muito pela sua saúde! Foto: Freepik.
Um produto pode ser orgânico e integral ao mesmo tempo. Pode ser orgânico e natural, sem colesterol e sem glúten, tudo ao mesmo tempo! Porém, nem sempre um alimento integral é orgânico. Para ser classificado como um produto orgânico precisa obedecer as normas da lei, ou seja, ser avaliado, aprovado e receber o Selo de Alimento Orgânico do Ministério da Agricultura ou Secretarias de Agricultura dos estados ou municípios.
Quando falamos em alimentos orgânicos logo nos vem à mente as frutas, verduras e legumes. Porém, hoje já existe uma gama de alimentos orgânicos. Podemos encontrar carne bovina e aves orgânicas na feira do bairro, por exemplo.
É um erro pensar que “só porque” a fruta produzida no quintal de casa onde não usamos agrotóxicos ou adubo químico ou a galinha criada solta e comendo só coisas naturais lá no sítio do “Sr. João” são orgânicas. Alimento orgânico vai muito além disso.
Mas, o que são Alimentos Orgânicos?
Produto Orgânico é aquele obtido dentro de um sistema orgânico de produção agropecuária – ou extrativista sustentável – que beneficie o ecossistema local, proteja os recursos naturais, respeite as características socioeconômicas e culturais da comunidade local, preserve os direitos dos trabalhadores envolvidos e não utilize organismos geneticamente modificados nem químicos sintéticos. A Lei Federal nº 10.831, de dezembro de 2003 (regulamentada somente em 2011) e o Decreto nº 6.323/2007, além de instruções normativas do Ministério da Agricultura que regulamentam a produção de orgânicos no Brasil.
Esta mesma Lei no seu Artigo 1º, ainda nos diz: “Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente”.
Quem produz, comercializa e consome produtos orgânicos e sustentáveis, acredita nas boas práticas, que ajudam a construir um mundo cada vez melhor. Valoriza a saúde, o meio ambiente e a responsabilidade social. No Brasil, a produção orgânica e sustentável vem crescendo ano após ano, sendo que na região sul do país está concentrada a maior produção. O maior evento de orgânicos no país acontece em São Paulo é a Bio Brazil Fair/ Biofach América Latina – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, juntamente com a Feira de Alimentação Saudável, Suplementos, Produtos Naturais e Saúde (Naturaltech). Em 2019, já foi a 15ª edição, ou seja, a cada ano vem ganhando mais espaço.
E na hora de saborear, será que são melhores?
Falando em sabor dos alimentos, tomamos por exemplo, o morango. Lembro que na infância os morangos tinham um sabor mais doce do que os que encontramos hoje nos mercados locais. Movida pela curiosidade, fui atrás de estudos. Entre 2011 e 2013, a Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), em Piracicaba (SP), realizou um estudo comparativo entre morangos produzidos de forma convencional e os orgânicos. Além da vantagem de não serem produzidos com agrotóxicos, os morangos obtidos pelo sistema orgânico são mais firmes e doces do que os cultivados de forma convencional.
Viva mais e melhor comendo orgânicos!!!
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